quarta-feira, 18 de março de 2009

JURNADA PARLAMENTAR D PAICV



Onten, dia 17 d mors, pa 18H30, na Club d ASA, na Spargus, Grupu Parlamentar (GP) d PAICV, inkuntra ma militants d Sparg, na Djasal, pa ubi ses priokupasons.Dpos d kamarada Moreno, na nom d Sektor, faze si diskurs d pulitikament kurret, militants tma palavra pa kuluka segints kestons:

1-Ofisializasaun d Lingua Maternu;

2-Situasaun d jovens kuadrus k formasaun superior:

a) Dezenpreg/subenpregu
b) Salariu d mizeria
s) Enpreg prekariu
d)-Solusaun ( na adjudikasaun/lisensiament d enpreza un kota , bunifikasaun na inpost ,etc)

3-Atendiment na Instituisons d Stadu/Stod;

4-Inpost d Sel o Taxa:
a)-Taxa d faturasaun d servis d pulisiament maritimu/maritm(Dekret-Lei 45/2008 d 22 d dezenbr);
b)-Inpost d sel pa rezist d propriedad;
s)-Deklarasaun d izensaun d prupina( ma kor k prupina);

5-Rigor na Inspesaun d Obras d Stod :
a)-”Strada d tersera jerasaun”;
b)-Puntaun d Santa Maria;
d)-Etc

6-Regulamentasaunr Leis ( ez.Livr d Reklamasaun);

7-Terren(u)/Kurrupsaun (“Panflet);

8-Seguransa/Saniament/Anbitent;

9-Sal- ”Zona Franka”;

10-Funsionament d Partid(u):
a)-Informasaun,
b)-Linguaja

Pa inserra, tma palavra Lider d GP, kamarada Rui Semedo, k fui mut aplaudid.Es dirijent prumite da un trament pa kestons lavantod pa militants.Tanbe el prista alguns infurmasons said d ultimu CN d partid, k era d diskunhasiment d militants prezent.

Dpos des inkontr d GP ku militants, un grup d jovens anbdjer mas 3(tres) om (serka d 30 amig), reuni na Utel Atlantik ma Aristides Raimundo Lima, pa pdi-l pa avansa k se kandidatura pa Prezident d Republika i pa dispunibiliza-l ses apoiu . Aristides agradse dispunibilidad des jovens, na se maioria anbdjer, i el kunpromite regrasa pa Sal pa un nov kuntatu.

Oj, dia 18, ants regresa pa Kapital d Pais, GP d PAICV, ta nkontra ma UNOTUR i ma PROMITUR.

Spadja es noba!

Djisal, Forsa Aerea, 18 d mors d 2009

Militant atent(u)

António Santiago Oliveira - Olisanto
CapAM(Ref)00016175
Tel:(238)2411827;Mov:9937349
Email:oliversan3@hotmail.com
Blog:olisanto3-natelisa.blogspot.com
Mindlens pa Naturalidadi
Kabrer pa Adosaun
Salens pa Nasionalidad

FORCV

Daniel dos Santos, colaborador da FORCV em Lisboa, é investigador com interesses em Ciência Política, Comunicação e Marketing Político.
Atenção: As opiniões expressas pelos colunistas não representam a posição da FORCV. Elas apenas traduzem o ponto de vista dos colunistas. Na realidade, a FORCV está aberta a publicar artigos de opiniões de diferentes colunistas, não importa a afiliação política dos mesmos, com o intuíto de apresentar diversos pontos de vistas aos nossos leitores. Por isso, convidamos pessoas interessadas a enviar artigos de opiniões para info@forcv.com. Obrigado(a).

A dois anos das eleições presidenciais, o país político começa a dar sinais de vida, constituindo, por isso, uma boa notícia para a democracia cabo-verdiana. O facto é, em si mesmo, motivador, porque, se bem o entendermos, nos dará, à partida, sobejas garantias de que o próximo acto eleitoral presidencial se fará num ambiente político bastante renhido e tenso.

Até o momento, Aristides Lima é o primeiro candidato a mostrar-se, em público, interessado em ser inquilino do Palácio da Presidência. Fê-lo, discretamente, num domingo, em S. Martinho, não muito distante da Praia, longe de olhares suspeitos, porém, nada que ninguém desconhecesse, em razão de insistentes rumores que, há muito, circulavam em meios políticos e que o davam como aspirante àquele título.

Cumpre-nos dizer que foi com agrado que tomámos nota da sua intenção, por se tratar de um homem sério, um quadro com valor e dotado de um currículo político suficiente para se aventurar na disputa do lugar, em preparação, disso estamos convencidos, desde que se dispôs a ocupar o cargo de presidente da Assembleia Nacional.

Afastado de atritos, resguardou-se, nos últimos oito anos, sempre a pensar no projecto político que acaba de lançar. O que, em boa verdade, lhe permitiu construir e conservar a sua imagem de estadista. Aliás, convém que se diga, a sua candidatura irá, por certo, credibilizar a Presidência da República, cujo prestígio e imagem se acham em contínua degradação em virtude da eleição fraudulenta de Pedro Pires.

O que mais nos intriga, neste processo, é o modo como José Maria Neves tem estado a gerir o dossier presidencial dentro do PAICV. Até agora, fê-lo muito mal, isto é, atabalhoadamente, cometendo erros de palmatória, à primeira vista, inadmissíveis num político com o seu traquejo de agora. Espoletou-o, quando, comportando-se como um verdadeiro «sniper», se mostrou aberto, no Mindelo, se a memória não nos engana, a apadrinhar uma eventual candidatura de Manuel Inocêncio ao lugar.

Ao fazê-lo, escolheu o seu pretendente, pondo os outros de lado, a começar por Aristides Lima. E mais do que isso, introduziu, sem disso se aperceber, a questão presidencial na agenda política tambarina. Agora, em presença da candidatura daquele, vem dizer que é extemporâneo falar do tema em análise. Diz o povo, com muita razão, que quem semeia vento colhe tempestade. Neves semeou-o, ao lançar Manuel Inocêncio e, em consequência, começou a colher tempestade, de que é exemplo acabado o anúncio de Aristides Lima. Outras vêem aí.

Neves deve saber que, em partidos políticos modernos, mormente os que vivem, em regimes democráticos, a agenda política do chefe nem sempre coincide com a dos chefiados. A sua, à laia de comparação, está, neste momento, nos antípodas da de Aristides Lima. Isto é cristalino. Quis impor a sua, ignorando a dos outros, pensando, erradamente, que tinha a situação controlada.

Não está longe da verdade se dissermos que cada dirigente partidário, em Cabo Verde, tem a sua própria agenda política. O partido tem uma, que é, não raras vezes, assumida, colectivamente, mas os seus dirigentes têm-na, também, individualmente, e, em muitos casos, tendem a sobrepô-la à do partido a que pertencem.

Uns, a exemplo dos oligarcas e dos partidocratas, querem eternizar-se no poder como governantes, deputados, autarcas, directores, administradores, outros, porque se julgam portadores dos mesmos direitos históricos que aqueles, desejam ascender aos postos acima ou então a outros semelhantes. Uns e outros movem-se pela ambição, de resto legítima, de ocupar o Poder, a qual é, no fundo, um dos principais traços do político (Adriano Moreira, 1979).

Outra nota a tomar em linha de conta é declaração de Neves acerca da presença do governador do BCV, Carlos Burgo, e do presidente da ARFA, Miguel Lima, na célebre reunião de S. Martinho. Não basta apenas que os critique, porque estes dois senhores, pagos pelos contribuintes, ocupam cargos públicos para cujo exercício se exigem a isenção e a adopção de uma postura de distanciamento em relação à política.

Enquanto primeiro-ministro, Neves não devia ficar apenas por aqueles reparos, ou, dito de outra forma, podia accionar mecanismos legais à sua disposição para os forçar a demitir-se. Resta agora saber se, com efeito, ele detém a sede do poder no sistema tambarina. Lá porque é líder do PAICV e chefe do Governo não significa que seja detentor do Poder. Longe disso, pois a história política dá-nos frequentes exemplos de casos em que as normas colocam o Poder nas mãos de uma pessoa e os factos mostram-no noutra. Ou não estamos em presença do muito conhecido fenómeno da falta de autenticidade do Poder?

Em semana de notório desacerto, marcado por um crescente nervosismo na gestão do dossier presidencial, Neves foi ao Congresso dos «jotas» tambarinas mandar recados aos seus adversários internos e fazer saber a todos que «não é general, mas líder do PAICV», admitindo, pela primeira vez, a possibilidade de deixar o cargo a qualquer momento. O recado tem um destinatário e é, a variadíssimos títulos, um presente envenenado.

A poucos meses do Congresso do partido, Neves parecia estar indeciso. Não sabia se recandidatava à liderança, e se o fizesse colocar-se-ia como candidato a primeiro-ministro, e não sabia, também, se queria formular uma candidatura a presidente da República. Neves já está, certamente, cansado de ser chefe do Governo. No cargo, há oito anos, a esta altura do campeonato, quererá livrar-se dele, o mais rapidamente, possível.

O seu estado de cansaço não advém dos problemas que o desenvolvimento do país coloca a qualquer mortal, mas da gestão de pequenas coisas: ciúmes, guerrinhas, zangas de comadres e de compadres, intrigas políticas, golpes, conflitos pessoais, entre outras questões menores que atormentam o cérebro de quem tem a seu cargo a ingrata missão de distribuir, ainda que autoritariamente, recursos aos seus súbditos.

Por entre estas indecisões, pelo menos, numa parte, a das presidenciais, Neves já perdeu o terreno. Aristides Lima, ao pôr-se já na estrada, colocou-o fora da corrida, obrigando-o, praticamente, a contentar-se com a disputa da chefia do partido e a do Governo. Além do mais, Aristides Lima, com esta jogada, já se perfilha de vez como o candidato do PAICV e, muito dificilmente, para não dizer impossível, deixará de obter o consenso tambarina em redor do seu projecto presidencial, por mais putativos candidatos que surjam.

Cremos que a questão presidencial dentro do PAICV já está arrumada, por mais voltas que se lhe dê. A somar a esta derrota, Neves, por ter sido marginalizado da reunião de S. Martinho, prepara-se agora para ver desafiado a sua liderança no próximo congresso. É quase certo, a não ser que haja recuos de última hora, que venham a surgir um ou mais candidatos. A luta promete e isso só vem animar, certamente, a vida política partidária cabo-verdiana, que, em boa verdade, precisa, no campo ideológico, de se reconfigurar, tal é a sua indefinição e promiscuidade.