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5-7-2012
5-7-2012
PR destaca lutas e conquistas dos 37 anos de
independência
Jorge Carlos Fonseca afirmou hoje que Cabo Verde nos 37 anos como país independente alcançou vitórias importantes e viabilizou-se como Estado, mas chamou a atenção para o longo caminho que resta ainda percorrer, num mundo cada vez mais complexo e exigente.
Jorge Carlos Fonseca afirmou hoje que Cabo Verde nos 37 anos como país independente alcançou vitórias importantes e viabilizou-se como Estado, mas chamou a atenção para o longo caminho que resta ainda percorrer, num mundo cada vez mais complexo e exigente.
"Trinta
e sete anos significam pouco numa perspectiva histórica, mas representam muito
tempo na vida dos seres humanos. E à medida que a História se acelera, cada ano
que passa é uma oportunidade que o país aproveita ou desperdiça, neste mundo
cada vez mais interdependente, complexo e competitivo", ressaltou Jorge
Carlos Fonseca na sua primeira alocução como Chefe de Estado na sessão solene
comemorativa da independência nacional.
Depois de
render homenagem aos obreiros da nossa independência, Jorge Carlos Fonseca
centrou a sua intervenção nos desafios que a situação da nossa sub-região
africana e a crise financeira internacional colocam a Cabo Verde.
"É
imperativo que estejamos preparados para os cenários mais pessimistas, mesmo
esperando o melhor. Se a crise se aprofundar e conduzir à saída da zona euro de
um ou outro país, teremos que agir rapidamente para que os efeitos nefastos
dessa eventual situação não nos apanhem desprevenidos", afirmou,
sublinhando que planos de contingência sejam elaborados o mais depressa
possível e medidas de precaução sejam adoptadas, " se ainda não existem,
prevenindo o pior cenário".
Face a esta
situação, o Chefe do Estado lembrou que o endividamento externo já atingiu
níveis que aconselham " muita prudência, sobretudo porque dentro de pouco
tempo o nosso país deixará de beneficiar de condições favoráveis na obtenção de
financiamento exterior".
Jorge Carlos
Fonseca exprimiu a sua apreensão face à situação actual do país, em especial em
relação à situação dos idosos carenciados. " Apesar dos esforços feitos
pelo Governo nesta matéria, custa-nos admitir que pessoas que ajudaram, ao
longo da sua vida, a construir o país, aufiram uma pensão insuficiente à
satisfação das necessidades mais elementares".
O Chefe do Estado
mostrou-se igualmente preocupado com o nível que o tráfico e o consumo de
drogas já atingiram no país, e exortou o governo a prosseguir o combate ao
tráfico ilícito e a tomar medidas adicionais para evitar que o nosso sistema
financeiro seja utilizado para fins ilícitos, nomeadamente o branqueamento de
capitais provenientes do tráfico de drogas e de outras origens ilícitas.
Em relação
ao nível de insegurança e de crimes violentos que afectam especialmente os
principais centros urbanos, Jorge Carlos Fonseca exortou o governo a
intensificar os esforços que tem feito e a apostar na capacitação e
apetrechamento técnico-científico da política. "O controlo da delinquência
juvenil é um objectivo que se deve procurar atingir no mais curto espaço de
tempo, aliando a prevenção à sua contenção".
Instalação
do Tribunal Constitucional
Jorge Carlos
Fonseca aproveitou o seu primeiro discurso alusivo ao 5 de Julho dirigido aos
cabo-verdianos na qualidade de Chefe de Estado para apelar aos actores
políticos da necessidade da construção de consensos para a instalação do
Tribunal Constitucional e do Provedor da Justiça.
"Neste
ano que se celebra a 20º aniversário da entregada em vigor da Constituição da
República, exorto e desafio os partidos com assento parlamentar a estabelecerem
os necessários consensos com vista à instalação desses órgãos, essenciais ao
cabal funcionamento do nosso sistema e designadamente para o fortalecimento de
uma cultura constitucional".
"Considero
ser um dever de todos nós o desenvolvimento de esforços no sentido de se
conseguir neste ano simbólico a concretização desses preceitos
constitucionais", reiterou.
Jorge Carlos
Fonseca encerrou tal como abriu o seu discurso à nação cabo-verdiana - citando
dois poetas já desaparecidos, Ovídio Martins e Mário Fonseca que encarnaram
como poucos a luta pela causa da independência nacional e que na Sessão Solene
de 5 de Julho de 2012 foram recordados.
5-7-2012, 17:50:50
António Monteiro, Redacção Praia
António Monteiro, Redacção Praia