terça-feira, 27 de setembro de 2011

ENTERRO DE AMP



Cabo Verde enterra hoje o seu primeiro presidente da Republica.

A palavra que exprime o sentir dos cabo-verdianos é: comoção. Mas, também silêncio e sobretudo respeito pelo homem que durante quinze anos exerceu uma presidência em regime de partido único, mas com um rosto humano estribado na personalidade de Aristides Pereira. Uma personalidade que fez dele o presidente das grandes causas e das pequenas causas. Um presidente atento até as coisas consideradas pequenas. Esse seu jeito de se interessar pelas pessoas e pelos seus problemas fez-lhe ganhar o apelido carinhoso de Tio … como era tratado por muitos dos seus conterrâneos. Pereira podia ser um enigma como politico, um homem pragmático que se recusou a sacrificar o País no “altar do pragmatismo “, mas tinha algo que tocava a alma: o seu sorriso, seguido de uma pequena gargalhada. Talvez agora se dê a nova geração a oportunidade e a possibilidade de conhecer o seu primeiro presidente. Um homem de trato fino, lúcido, pragmático o suficiente para não seguir o caminho dos outros e não deixar que Cabo Verde seguisse o caminho que alguns queriam que seguisse. A presidência que fez num regime de partido único merece ser conhecida e estudada. Assim como o papel que teve na democratização do Pais. As suas posições devem ser conhecidas para se entender porque Pereira merece o carinho da Nação, mesmo tendo sido presidente num regime em que “ o partido era a força dirigente do Estado e da sociedade”. O exemplo de não ter se recusado, em 1991, a disputar a eleição presidencial foi marcante. Podia ter se recusado, mas não se recusou ao crivo do voto popular. Perdeu e saiu da política de uma forma digna. Nunca mais interferiu publicamente e não deu palpites sobre a vida política nacional. Hoje Cabo Verde enterra o seu primeiro presidente. Silêncio. Lágrimas. Discursos. Salvas. Para mim fica o sorriso. Aquele sorriso que deixava ver a alma. E os sorrisos e a alma não morrem. Até sempre …. Presidente

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OLISANTO NATELIZA