LAR-PR




16)-11Abr 11

Aristides Lima contacta organizações da sociedade civil

O Candidato à Presidência da República, Aristides Lima, inicia nesta segunda-feira, 11, uma série de contactos com organizações da sociedade civil. Ordem dos Advogados e Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde são as primeiras organizações a receber a visita de Lima.
De acordo com uma nota da candidatura de Aristides Lima "tendo em conta o papel das organizações da sociedade civil no desenvolvimento do país e na defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos" o candidato vai inteirar-se do funcionamento das duas instituições.
Às 10h30, Aristides Lima visita a Ordem dos Advogados de Cabo Verde, onde deverá fica a saber dia sua "implantação regional, expectativas dos seus membros em relação ao desenvolvimento do sector da Justiça, bem como conhecer melhor a percepção da instituição no que concerne à realização da Justiça e do Direito no país".
Uma hora depois, pelas 11h30, o candidato da cidadania, Aristides Lima, vai visitar a Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde, "onde procurará inteirar-se das preocupações e expectativas desta organização não só em relação à defesa dos interesses dos seus associados, mas também no que respeita ao futuro do país, dando particular atenção à sua agenda ambiental e do ordenamento do território".
Recorde-se que Aristides Lima é militante do PAICV, pelo qual foi eleito deputado nacional pelo círculo da Boa Vista. Os principais apoiantes da candidatura de Lima na ilha de Santiago são Felisberto Vieira, Sidónio Monteiro, Manuel Frederico, Nuno Duarte e Hermínia Curado.

Fonte: Expresso das Ilhas Online


15)-09 Abr 11

"Não sou eu quem está a dividir o partido" - entrevista ao jornal A NAÇÃO

Aristides Lima explica nesta entrevista ao A NACÃO, por que decidiu manter a sua candidatura à Presidência da República, ainda que à revelia do PAICV, Partido cujo apoio chegou a solicitar. A haver uma divisão nesse Partido, Lima responde que a culpa não será dele, até porque a sua “é a candidatura da unidade nacional”.

A NAÇÃO – Foi o primeiro a se posicionar em relação às presidenciais, há dois anos. O que é que lhe motivou para entrar nessa corrida?

Aristides Lima - A minha motivação tem a ver com a minha grande vontade de servir o meu País, particularmente, neste momento, em que estamos a viver uma crise internacional, o que dá um relevo particular à função Presidencial. Pela minha experiência adquirida ao longo dos anos, no exercício de cargos públicos, pelas oportunidades que tive de conhecer melhor o nosso país e o mundo, não devia deixar de me apresentar ao eleitorado e dar com isso a minha contribuição neste momento importante da nossa vida. O país está a desenvolver-se, sem dúvida, mas tem grandes desafios pela frente e é importante que eles sejam vencidos numa ambiência de paz e estabilidade, daí a pertinência desta candidatura.
Ao lançar-se tão cedo, não procurou com isso condicionar o PAICV?
Não! As candidaturas são de bases cívicas e por isso elas teriam de fazer o seu percurso natural na sociedade. No meu caso, ela não tinha nada a ver outras forças políticas. Sendo candidaturas da cidadania, os partidos se pronunciam se assim o entendem.
Tratando-se de uma candidatura da cidadania, como diz, porque a sujeitou à aprovação do Conselho Nacional do PAICV?

Não me sujeitei à aprovação de ninguém. A minha candidatura é da cidadania, sem dúvida, e o que aconteceu é que eu e outras pessoas pedimos o apoio oficial do PAICV. Não fomos lá para pedir autorização ao PAICV, coisa bem diferente.

MISTIFICAÇÃO DE REGRAS

Sabendo de antemão que podia concorrer sem o apoio do PAICV, então porque aceitou as regras do CN?
Essa coisa das regras tem sido uma grande mistificação que algumas pessoas estão a colocar, para passarem uma ideia de que, perdendo, Aristides Lima rompeu as regras do jogo. Não é verdade. Para já, não foram formuladas nenhumas regras substanciais para este acto no CN. Os Estatutos do PAICV já prevêem a forma como o partido define o seu apoio oficial a alguém. Não houve nenhumas regras negociadas, nem por escrito e nem verbalmente, de que se alguém não ganhasse o apoio oficial deixava de poder concorrer.
Então, do seu ponto de vista, para que serviu aquele CN?
Para o PAICV escolher o candidato que deveria apoiar. Sucede que havia pessoas, provavelmente, que queriam decidir por um candidato contra a vontade da população, ou contra a vontade da maior parte dos militantes, e com isso levar os outros a desistirem, ou seja, a não terem uma candidatura de cidadania a favor de uma candidatura de um partido. E isso recuso-me a fazer.

Constou-nos que não houve debate em torno das candidaturas, na reunião do CN. Isso prejudicou a sua candidatura?

Não houve debate, mas houve esclarecimentos e todas as pessoas dizem que fiz uma excelente apresentação. Houve a colocação de perguntas que permitiu aos postulantes apresentarem as suas ideias sobre diversos assuntos, mas acredito que as coisas não foram decididas pela apresentação.

SEM MÁGOA

Ficou magoado com este “chumbo” do CN, tendo em conta que as sondagens lhe colocavam numa situação privilegiada em relação aos outros concorrentes?

De maneira nenhuma. No CN tive cerca de um terço dosvotos na primeira volta (27, 28 e 35). Se repararem na segunda volta houve um comportamento eleitoral um pouco estranho. De toda a forma, temos que respeitar as decisões e não podemos ficar magoados com ninguém. Mas a verdade é que ficámos surpresos com o resultado, porque havia gente que tinha dado garantias de votar Aristides Lima e não o fez. Depois houve algumas situações: tínhamos uma data para a reunião, que foi alterada, depois não se permitiu que um elemento dos EUA votasse e houve toda a movimentação própria do momento em que estava em debate a formação do Governo, a distribuição de lugares, etc. Foi nesse contexto que se realizou tudo isso, num ambiente que certamente teve alguma coisa a ver com o resultado final.

Considera então que houve uma estratégia deliberada, neste caso, de José Maria Neves, para afastá-lo da corrida?

As pessoas sabem fazer a leitura das situações. São livres de votar como quiserem, são adultas e podem ver o filme do fim para o princípio, até aquele momento em que nos reunimos e tirar as suas conclusões. Não vou dizer absolutamente nada sobre isso.

Concorda que sem apoio partidário vai ser muito difícil alcançar o objectivo pretendido?

Devemos confiar na democracia e nos cidadãos. Não estamos a viver em 2001, por exemplo. Hoje, a situação é bem diferente. Não queremos desvalorizar o papel que as estruturas têm, mas as pessoas é que votam e se quiserem tomar nas suas mãos a sua liberdade, o seu poder, darão uma contribuição particular, para que haja mais vida na democracia cabo-verdiana, com uma candidatura de cidadania.

DINÂMICA DA JUVENTUDE

Depois da rejeição no CN levou algum tempo a ponderar se avançava ou não para uma candidatura independente e acabou por decidir favoravelmente. O que mais pesou na sua tomada de decisão?

O que pesou muito foi a expressão da vontade popular. Foram os apoios que vim merecendo da generalidade dos cidadãos quer aqui no País, quer na Diáspora, e de gente de todas as franjas sociais e partidos políticos. Mas há uma coisa que particularmente me tocou: a dinâmica da juventude em torno da minha candidatura. Deve haver o princípio de que o soberano é o povo e que ninguém tem o direito de capturar a soberania popular e de confiscar o poder que deve caber ao povo.

E a sondagem encomendada pela sua candidatura pesou ou não nisso?

As sondagens foram importantes, porque vieram a confirmar a tendência e a preferência que o eleitorado dá à minha candidatura. Os números mostram que é a candidatura mais enraizada em todo corpo do país. É a candidatura da unidade nacional.

Desde que aventou a hipótese de se candidatar às presidenciais tem mantido um contacto com os seus apoiantes via redes sociais. É uma estratégia para manter?

Temos que trabalhar bem essa parte dos contactos com as pessoas através das redes sociais. Não podemos viver no mundo de hoje sem utilizar as possibilidades que se abrem através dos novos meios.

APOIOS DE “BARÕES”

A NAÇÃO sabe que conta com o apoio de figuras de proa do PAICV. Não teme, com isso, uma ruptura no seio do seu Partido?
Se há alguém com responsabilidades numa eventual ruptura não serei eu. Será quem, eventualmente, não tomou em conta a vontade popular. Portanto, não sou eu que está a dividir o PAICV.
Quanto aos dirigentes do Partido que me apoiam, eles são livres para fazê-lo, apesar da pressão de certos sectores, no sentido de impedir que dirigentes possam dar a cara pelo candidato da sua livre escolha. Caberá a essas pessoas, no momento certo, darem a cara. Aqui em Santiago Sul isso já começou a acontecer. Os principais responsáveis estão com a minha candidatura: o Dr. Felisberto Vieira, o Dr. Sidónio Monteiro, o Dr. Manuel Frederico, Nuno Duarte, de entre outros. Temos apoiantes em todos os sectores do PAICV e, em geral, na sociedade civil. No seu tempo próprio essas pessoas vão mostrar que exercem os seus direitos cívicos, independentemente de qualquer tentativa de condicionamento.
Como encara a possibilidade de David Hopffer Almada entrar na corrida para as presidenciais?

Ele é um cidadão livre como todos os outros e tem todos os direitos que os outros têm.

Disse no dia da apresentação da sua candidatura que iria ter um encontro com José Maria Neves. Esse encontrou aconteceu? Qual foi o tema da conversa?

Infelizmente, o encontro acabou por não acontecer. Não consegui falar com ele e ele provavelmente não terá conseguido falar comigo, de maneira que não agendamos nenhum encontro.
Mas qual seria o principal objectivo dessa conversa?
Seria para falarmos deste novo contexto, apesar de no primeiro momento termos abordado várias questões que eu não vou repetir aqui, mas estarei sempre disponível para falar com todos aqueles que estejam disponíveis para falarem comigo.
INSINUAÇÕES?
Entretanto, José Maria Neves afirmou à margem do acto de entrega do Programa do Governo ao Parlamento, que “nenhum candidato consegue ganhar fazendo oposição ao presidente do PAICV ou ao primeiro-ministro de Cabo Verde, nenhum candidato consegue ganhar fazendo intrigas, acusando ou ofendendo o líder do partido”, que comentários?
Não consigo compreender o que o senhor Presidente do PAICV pretende alcançar com a grave insinuação que acaba de fazer. Ele sabe que tenho e sempre tive o maior respeito por ele, como pessoa, como Presidente do meu Partido e como Primeiro-Ministro do meu País. Sempre lhe disse com franqueza, olhos nos olhos, aquilo que dele e das suas ideias pensei. Isso mesmo aconteceu no nosso mais recente encontro na AN. A minha candidatura à PR não tem nada a ver com disputas partidárias e muito menos com intrigas, que não fazem o meu timbre. Ela tem a ver, sim senhor, com valores como os da autonomia do pensamento e de acção, a transparência e o direito de escolha que todos os cabo-verdianos conquistaram. Quanto aos resultados das eleições presidenciais acredito que os cabo-verdianos saberão escolher o melhor dos candidatos para PR, pois em democracia é o povo que decide.
Foi reeleito recentemente para mais um mandato como deputado. Até quando pretende ficar no Parlamento?
Sessenta dias antes da data marcada para as eleições conto suspender o meu mandato. Mas até o prazo legal vou me manter como deputado.
Em relação à estrutura de apoio à sua candidatura, já há nomes?
Já temos pessoas indicadas e a seu tempo daremos a conhecer alguns nomes.

Haverá dirigentes do PAICV?
Sem dúvida que haverá gente de todas as origens, inclusive do PAICV.
“O MEU OBJECTIVO É GANHAR!”
Em relação aos objectivos para as Eleições Presidenciais. Vai lutar em primeiro lugar para alcançar a segunda volta?

O meu objectivo é ganhar as eleições.
Com que apoios conta para suportar as acções de campanha?
Sendo uma candidatura da cidadania, antes de mais vamos contar com apoios dos cidadãos. Vamos fazer uma campanha digna e sem luxos, porque o momento que estamos a viver no Mundo e em Cabo Verde não é um período de “vacas gordas”, pelo contrário, é um momento de muitas dificuldades. Vamos fazer o uso de recursos que sejam compatíveis com a situação económica/social do nosso país. Mas não faltará, de certeza, o meio necessário para que façamos chegar às pessoas as nossas mensagens políticas.
O que é que propõe de diferente em relação aos outros candidatos, caso for eleito?
Ainda não vi grandes programáticas do lado dos outros candidatos, conheço alguns textos que eles apresentaram, para poder fazer uma análise comparativa. O que eu proponho é um exercício activo do cargo de PR, ser um presidente próximo das populações quer aqui no país quer na diáspora, contribuir para o reforço da auto-estima e da unidade dos cabo-verdianos, dar uma atenção muito especial à cultura, porque para mim a cultura é a nossa Pátria. Vamos também trabalhar para que o PR possa exercer adequadamente o poder da mensagem, que é um dos poderes típicos. Também como PR terei a missão de dar visibilidade aos consensos nacionais, pôr em relevo aquilo que nos une como cabo-verdianos, aquilo que nos deve mobilizar para os grandes objectivos e aquilo que deve fazer a grandeza do nosso país. Nesse sentido vamos tentar puxar pela auto-estima dos cabo-verdianos e dentro de todos esse quadro, trabalhar para que haja mais diálogo político entre as diversas forças.
A sua candidatura é irreversível?
Com certeza! É uma decisão que foi muito ponderada e partilhada com muita gente e é uma decisão a bem do nosso país, a bem da nossa democracia. É uma candidatura da cidadania em todos os sentidos.
publicado por Dorival às 03:19

Facilite a sua consulta: a nação, aristides lima, imprensa


14)-08 Abr 11 Contribuição ARISTIDES LIMA PRESIDENTE

A equipa de campanha do Dr. Aristides Lima deu início a uma campanha de angariação de fundo para o projecto ARISTIDES LIMA
PRESIDENTE. De momento pode apoiar através de depósito bancário, nas contas:
BCA Nº da conta: 79733807 101
*IBAN: CV 64000 30 0007973380710176
BCN Nº da conta: 4271953.101
NIB : 000400000 427195310157
*IBAN : CV64000400000427195310157
BI Nº da conta: 4287595.101
NIB : 000500000 42859510197
*IBAN : CV64000500000428759510197
CECV Nº da conta: 23096622.101.

Agradecemos, desde já, o seu apoio ao ARISTIDES LIMA PRESIDENTE
Serão atendidas e apresentadas outras modalidades de apoio.
Entre nessa dinâmica, rumo às PRESIDENCIAIS 2011

Divulgue!
*PARA QUEM ESTÁ FORA DE CABO VERDE publicado por Dorival às 12:45


13)-Sina dos independentes que Lima tenta contrariar 05 Abril 2011

Aristides Lima vai às eleições presidenciais deste Verão com “uma candidatura de cidadania”, sem suporte partidário, lançando-se numa aventura “independente” que se tem mostrado espinhosa em Cabo Verde e que países conhecidos pela maturidade da sua democracia, como a Alemanha e Estados Unidos, ainda não conseguiram concretizar

Daí se concluir que em logrando levar a bom porto esta corrida “cidadã” ao Palácio do Platô, Aristides Lima não só romperia o tabu cabo-verdiano como estaria a colocar Cabo Verde num estágio de democracia que ainda não passa de utopia em Estados consolidados e de grande tradição democrática. A França de Bayrou que o diga! Conseguindo Aristides Lima, conseguirá Cabo Verde!.

Em Cabo Verde, as experiências mal sucedidas de David Hoppfer Almada e Jorge Carlos Fonseca (em 2001) mostram que, também na nossa realidade política, é muito difícil levar uma candidatura a bom porto sem o apoio das “máquinas partidárias”.

Basta ver que nas presidenciais de 2001, ambos os “independentes” (DHF e JCF) ficaram abaixo dos 4% no cômputo geral. Hopffer Almada não conseguiu ultrapassar a barreira dos 4.965 votos (3,7%) para um total de 133.855 votantes enquanto Jorge Carlos Fonseca se quedou nos 5121 votos (3,8 %).

Essa é uma sina que o agora independente Aristides Lima vai ter de contrariar no pleito eleitoral deste Verão.

Fonte: ASemana online


12)-A candidatura de Aristides Lima à Presidência da República leva o PAICV a um dos momentos mais sensíveis da sua história. Os tambarinas têm agora de gerir o dossier com muito cuidado para evitar que a “rebeldia” de Lima contamine a bancada parlamentar da maioria ou o próprio governo do país.

A própria organização interna do PAICV vai ter de responder ao desafio colocado por Aristides Lima, ex-Presidente da Assembleia Nacional e ainda deputado eleito na lista do PAICV por Boa Vista que é de apelar a toda a sua reserva democrática para deixar fluir o carácter plural das vontades do partido. Convenhamos que a postura “mais fácil” seria considerar a atitude de Lima e dos militantes que o apoiam de um acto de “desobediência” a uma directiva de um órgão importante do partido como é o Conselho Nacional, que no passado 12 de Março escolheu Manuel Inocêncio Sousa como o candidato que o PAICV deve apoiar nas presidenciais do próximo Verão.

E este é um dossier sensível, um dos mais sensíveis da história do PAICV, já que não é “um qualquer” militante que resolveu agir à revelia da direcção do partido. Trata-se do homem que foi secretário-geral do PAICV de 1993 a 1996, que teve a confiança dos colegas de bancada para ser Presidente da AN durante 10 anos, de 2001 a 2011 e cabeça de lista do PAICV para o círculo eleitoral da Boa Vista nas últimas eleições legislativas. Portanto, um político tido como fiel ao seu partido, que agora contraria o apelo do líder tambarina, José Maria Neves, no sentido de que toda aquela família política deve manter-se coesa para os “momentos que se adivinham difíceis para a governação no próximo quinquénio”.

Assim sendo, a direcção nacional do PAICV é chamada a gerir com muita e inteligente imaginação a unidade interna porque, mais do que a candidatura independente de Aristides Lima em si – de resto, legítima enquanto projecto de cidadão que quer continuar a dar o seu contributo ao seu país em outra esfera do poder –, há um risco: O de que a atitude do agora candidato à PR venha a contaminar outros tambarinas – parlamentares, por exemplo que, por um ou outro motivo, estejam descontentes com a actuação da liderança do partido.

Aliás, o perigo real está no Parlamento onde o PAICV tem uma maioria pouco folgada de 38 deputados, pelo que qualquer acto de rebeldia de um elemento da bancada pode impedir o executivo de aprovar diplomas importantes, desde logo o programa do governo, a moção de confiança que o mesmo tem de fazer passar no Parlamento ou o Orçamento Geral do Estado. E deitaria por terra a estabilidade tão procurada por JMN.
E, como se sabe, deputados como Júlio Correia e Sidónio Monteiro já deram sinais públicos de descontentamento por causa da composição do novo governo e da distribuição dos cargos na Assembleia Nacional. Mas o historial político do PAICV mostra que nas horas mais críticas do partido, os militantes, desde a base ao topo, tendem a cerrar fileiras para fazer valer as directrizes da cúpula (ver texto ao lado). Foi o que aconteceu no caso de David Hopffer Almada, em 2001, quando se lançou como candidato independente a PR, numa altura em que o partido tinha decidido apoiar Pedro Pires. Resultado: o partido fechou-se à volta de Pires e a “aventura” de Hopffer mostrou-se um fiasco total (conseguiu menos de 4% dos votos).

É o mesmo tipo de perigo que Aristides Lima corre agora. Ao decidir lançar-se, à revelia da decisão do CN de 12 de Março, poderá ser considerado uma “abelha fora do ninho” e, como tal, ser “triturada” pela “máquina” da sua própria família política. Mais, neste cenário do “tudo é possível”, pode até acontecer que Lima mobilize mais votos da “elite” ou de sectores próximos da oposição do que na esfera do PAICV.

Seja como for, no acto de apresentação oficial da sua candidatura, AL fez questão de dizer que não é “aventureiro”, pelo que só se lançou nessa corrida porque tem bases sólidas de apoio de vários quadrantes – gente do MpD, da sociedade civil e do próprio PAICV.

Ademais, sublinha, não se candidata contra ninguém. A dúvida é até onde os tambarinas vão tolerar essa independência de espírito. O certo é que os apoiantes de Lima já estão a recolher assinaturas em todo o país e na diáspora para avalizar esse “candidato de cidadania”, já que, como determina a Constituição da República, as “candidaturas para Presidente da República são propostas por um mínimo de mil e um máximo de quatro mil cidadãos eleitores”. Há alguns dias corre também nos Estados Unidos uma subscrição para recolha de fundos pois, como se sabe, uma campanha política tem custos elevados.

Fonte: A SEMANA Online

11)-31/03/2011 - Convidado

Convidado do dia
O nosso convidado de hoje, é Aristides Lima, ex-Presidente da Assembleia nacional em Cabo Verde, que confirmou nesta quinta feira 31 de Março à RFI, que é candidato às próximas eleições presidenciais entre Agosto e Outubro naquele Arquipélago afro-lusófono.
O anúncio da sua candidatura vem provocar uma autêntica crise política no seu Partido, o PAICV, cujo conselho nacional se reuniu recentemente, para escolher um outro candidato, Manuel Inocêncio, antigo Ministro de Estado.
Só que este processo de escolha partidária foi muito contestado na opinião pública que há dois anos vinha apoiando o antigo Presidente do Parlamento, Aristides Lima, que no entanto não acredita que possa haver uma cisão no partido governamental PAICV.

João Matos- rfi portugues



10)-Aristides Raimundo Lima, candidato independente às presidenciais

Aristides Raimundo Lima acabou de anunciar numa conferência de imprensa no Hotel Praia Mair a sua decisão de continuar com a sua candidatura como independente, apesar do Concelho do PAICV ter decidido apoiar Manuel Inocêncio Sousa e das pressões de José Maria Neves para este disistir da corrida.
PRAIA, Cabo Verde -- Como o lema "Vou à Luta", Lima explicou que vai avançar com uma candidatura de cidadania que responde a vontade de uma grande maioria expressa em contactos directos e nas sondagens feita pela empresa MGF - Research, encomendada por este, onde o candidato em questão aparece à frente dos outros dois oponentes, Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa.
Sondagem foi factor chave na decisão
A Sondagem da MGF - Research, realizada entre 24 e 29 deste mês foi um dos factores chaves na decisão de Aristides Lima em avançar com uma candidatura independente. De acordo com aquela empresa, 65 por cento, 712 dos 1090 inquiridos, favorecem a idea de Lima concorrer para as presidenciais de 2011.
Aristides Lima seria vencedor com 23% dos votos, contra 20% de Jorge Carlos Fonseca, 18% de Manuel Inocêncio Sousa e 7% de David Hopffer Almada se as eleições fossem feita no periodo em pauta. O número dos indecisos concentra-se em 22%.
Numa disputa contra Fonseca e Sousa, Lima teria 27%, contra 21% e 19% dos outros dois candidatos, respectivamente, onde 23% dos votantes dizem-se indecisos.
Numa corrida frontal entre Aristides Lima e Manuel Inocêncio Sousa, este último perderia com 17% contra 35% de Lima, com 19% indecisos.
O intervalo de confiança desta sondagem é de 95% e a margem de erro é de, mais ou menos, 3%.

Tags: Aristides Lima presidenciais


9)-“Declaração do Dr. Aristides Raimundo Lima sobre a sua candidatura às Presidenciais de 2011, Cidade da Praia, 31 de Março de 2011”

Bom-dia a todos!

E muito obrigado, pela vossa presença!

1. Nos últimos dias, tal qual tinha dito às senhoras e aos senhores jornalistas ouvi inúmeras pessoas sobre a possibilidade de me apresentar às eleições presidenciais deste ano.
2. Escutei o povo do meu partido, militantes e simpatizantes, personalidades importantes da nossa vida política e social, cidadãos de todas as idades e de diversos quadrantes políticos, quer no país, quer na diáspora.
3. A juventude que acredita nos valores da democracia, e nas liberdades constitucionais, tomou iniciativas de cidadania importantes quer dentro, quer fora de Cabo Verde para me estimular a assumir as minhas responsabilidades.
4. A esmagadora maioria das pessoas, mulheres e homens, que ouvi me encorajou a disponibilizar-me, mas para uma candidatura de cidadania, até porque em rigor a nossa Constituição só admite candidaturas propostas por cidadãos e não por quaisquer outras entidades políticas.
5. Os partidos políticos não têm o poder de apresentar candidatos ao cargo de Presidente da República, podem apenas apoiá-los ou não.
6. Por isso, aqui estou eu neste último dia de Março, mês da Mulher, para vos dizer, enquanto cidadão comprometido com a nossa República que sou candidato às eleições presidenciais deste ano, apoiado por milhares de cabo-verdianas e cabo-verdianos de diversos partidos políticos, incluindo o meu Partido, o PAICV.
7. Candidato-me porque amo o meu país e estou determinado a contribuir para que Cabo Verde continue a trilhar o seu caminho de desenvolvimento com paz e estabilidade política.
8. Candidato-me porque é um dever constitucional dos cidadãos participar na vida política e dar conteúdo real à soberania popular, à vontade do povo.
9. Candidato-me porque tive o privilégio e a honra de servir o meu país durante largos anos nas altas funções de Presidente da Assembleia Nacional que me permitiram ganhar experiência relevante interna e externamente e gerir assuntos do Estado com imparcialidade e independência. Esta experiência e estes valores são fundamentais para o exercício do cargo de Presidente da República, principalmente nesta fase de consolidação das conquistas democráticas alcançadas.
10. Candidato-me porque desejo contribuir para o fortalecimento do Estado de Direito Democrático enquanto Presidente de todos os cabo-verdianos, isto é alguém que para servir a todos igualmente deverá estar acima das querelas partidárias.
11. Candidato-me porque quero trabalhar para o reforço da unidade, da coesão e da auto-estima dos cabo-verdianos.
12. Candidato-me porque desejo contribuir para o reforço do diálogo entre todas as forças políticas cabo-verdianas e para se colocar o interesse de Cabo Verde acima dos interesses particulares ou de grupos.
13. Candidato-me porque acredito em Cabo Verde e nos actores políticos cabo-verdianos.
14. Candidato-me ainda porque desejo contribuir para a afirmação de Cabo Verde no mundo.
15. Candidato-me finalmente porque é hora de trabalhar para uma integração ainda mais forte e efectiva das comunidades cabo-verdianas diasporizadas na vida política e económica nacional e para o reconhecimento dos direitos dos cabo-verdianos nos países de acolhimento.
16. Sou pois, candidato da cidadania para servir a todas as cabo-verdianas e a todos os cabo-verdianos.

Muito obrigado!


8-Onde apoiar?

Consulte a página de apoio à candidatura do Dr. Aristides Lima:
http://aristideslimapresidente.blogs.sapo.cv/

Como apoiar?

Aonde quer que esteja (em Cabo Verde ou na Diáspora) manifeste o seu interesse em apoiar a candidatura do Candidato do Povo, enviando um e-mail para: aristideslima2011.presidente@gmail.comcom os seguintes dados:
Nome
Local de residência (no caso dos que estão na Diáspora: País, Estado, Cidade, Bairro)
Contactos (e-mail, móvel e telefone fixo)
Como gostaria de apoiar?*
*A título de exemplo, serão precisos os seguintes tipos de apoios:
Pessoas para contacto com o eleitorado
Concepção de materiais de campanha (concepção de sites, flyers, cartazes, boletins)
Espaços para encontros entre os membros da equipa de campanha
Espaços para encontro com o eleitorado
Doações financeiras, entre outros..
Expresse o seu apoio e entre nesse movimento cívico.
Uma sinergia às PRESIDÊNCIAS!!!
Aristides Lima
PRESIDENTE.2011
aristideslima2011.presidente@gmail.com



7-A DECISÂO CIDADÂ

por Aristides Raimundo Lima a Terça-feira, 29 de Março de 2011 às 18:29

Caros amigos;

Antes de mais, muito obrigado pelas vossas mensagens de encorajamento e de cidadania

Quero aproveitar o momento, para vos dar a conhecer a declaração que proferi ontem à imprensa, quando fui interrogado sobre as presidenciais.

«Já ouvi muita gente e estou muito perto de uma decisão que terá em conta o valor da vontade dos CIDADÂOS em democracia, as liberdades e direitos políticos fundamentais que eu tenho como cidadão e as minhas responsabilidades para com a CIDADANIA e para com o nosso país».

Obrigado pela vossa atenção e até muito em breve !!

Aristides


6-28 Mar, 17:19h Presidenciais 2011
NEVES TENTA CONVENCER ARISTIDES LIMA A RECUAR, COM O CARGO DE EMBAIXADOR

Praia, 28 Março - Apesar da insistência de José Maria Neves para que Aristides Lima recue nas intenções de se candidatar ao cargo de Presidente da República, um grupo de militantes tambarinas continuam a recolher assinaturas de apoio com objectivo de fazer o ex-Presidente da Assembleia Nacional avançar rumo ao Palácio do Plateau.

E tudo leva a crer que entre esses militantes esteja o “grupo do Fogo”, ainda descontentes com a “desconsideração” do Primeiro Ministro na escolha do novo Executivo, com a escolha (apenas) de Eva Ortet, quando a ilha esteve sempre representada por dois ou três ministros nos Governos do PAICV.

De referir que José Maria Neves encontrou-se na quinta com Aristides Lima, a fim de o convencer a não se candidatar às presidenciais deste ano, “preocupado” com “governabilidade e estabilidade política” do país, se a candidatura de Lima for adiante. Neves foi explicar a Lima que a sua candidatura como independente (o PAICV já decidiu apoiar Inocêncio Sousa) pode dividir o eleitorado tambarina e dar vitória a Jorge Carlos Fonseca.

Um pedido no mínimo “maldoso”, dizem os apoiantes de Lima, tendo em conta que todas as sondagens davam a vitória a Aristides Lima nas presidenciais deste ano, e ser esta a única chance deste acalentar o sonho de ser Presidente da República de Cabo Verde.

Entretanto, fontes próximas do candidato a candidato garantem-nos que José Maria Neves terá mesmo convencido Lima a não avançar e para isso lhe terá acenado com o cargo de Embaixador em Washington ou em Berlim (na Alemanha, onde aliás fez os seus estudos académicos).


5-Aristides Raimundo Lima (27MQR11)

Feliz dia da Mulher para todas as cabo-verdianas e os seus companheiros e amigos.E muitas felicidades e alegrias na vida para todas as nossas compatriotas e amigas do facebook. Abraço das Ilhas ( incluíndo a nossa Diáspora)!
Aristides




1-Aristides Raimundo Lima
A FORCV acabou de ser informada por uma fonte segura, ligada ao PAICV, que Aristides Lima já decidiu avançar em frente com a candidatura para o Palácio de Platô.

“Acabei de falar com um Presidente de Câmara em Cabo Verde que garantiu-me que Lima é candidato e vai anunciar esta decisão publicamente hoje ou amanhã,” disse a fonte. “Também alguns dirigentes do PAICV em Portugal acabaram de dizer-me que tiveram conversas pessoalmente com Aristides Lima onde este garantiu que tem apoio da maioria dos militantes PAICV e do eleitorado e que vai avançar com a candidatura mesmo sem apoio do Concelho Nacional do PAICV”.


2-A incongruência de José Maria Neves
No passado 11 de Março de 2011 JMN afirmara, melhor, insistira que não se deve e não podemos partidarizar a questão presidencial, reforçando a conferência com um formal pedido de apoio poético aos jornalistas, para o ajudar nessa pedagogia política de despartidarizar as eleições presidências. Parafraseando-o na íntegra, afirmou que:

- “Os partidos políticos não lideram sondagens para as presidenciais, não apresentam candidatos e não são os protagonistas fundamentais das eleições presidenciais, porque são candidaturas da cidadania; Os partidos devem apoiar os candidatos e temos de fazer a pedagogia e cumprir a Constituição da República, os partidos políticos não devem açambarcar as questões presidenciais. Os cidadãos devem protagonizar esta candidatura e os partidos devem apoiar os candidatos que surgirem e se mostrarem mais convenientes ou com mais capacidades para as presidenciais; a minha ideia não é uma maioria, um governo e um presidente.

Eu quero é que Cabo Verde tenha o melhor Presidente. Um Presidente que seja uma estância moral, capaz de fazer uma magistratura de influência, de unir a nação e sobretudo capaz de amar este país e de fazer tudo para projectar um Cabo Verde optimista, positivo; um Presidente para apoiar os cidadãos, a sociedade civil; que ajude Cabo Verde a crescer, a desenvolver-se e a trabalhar para que o Estado de direito democrático se afirme, para que os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos sejam promovidos e defendidos; para que Cabo Verde continue a ser um país com democracia, com liberdade, onde todos tenham lugar”.

Fiquei agradado, estupefacto e alegremente surpreso com esse minidiscurso, porque foi uma mudança extraordinária de quem, para além do razoável, tolerou, aproveitou em silêncio e com oportunismo a partidarização presidencial. Passados 10 anos felizmente lembrou que a política não é só poesia e infra-estruturas, é também ética, moral e transparência a fim de criar uma sólida confiança entre o cidadão e as instituições que os representa. Dizem que não há almoços grátis, e que do santo bom devemos esperar sempre que se transforme em arcanjo. E não é verdade! Dois dias depois vem o ilustre e sempre poético primeiro-ministro JMN, lembrar os jornalistas e o povo de forma inequívoca e de um palavreado que roça a ditadura de que “está fora de questão a candidatura dos outros dois e que espera não haverá mais candidaturas”. Para não parecer muito antidemocrático discursou que: “liberdade todos têm; o partido não proíbe ninguém de se candidatar, podem fazê-lo; espero que esse compromisso venha a ser rigorosamente cumprido”, ordenou o chefe de partido, que se reúne em copas com 50 PBI´s (Portadores da Bagagem Intelectual) deixando de fora os militantes para escolherem o candidato que acham ser o ideal. Na minha opinião, tendo em conta as sondagens a nível nacional (incluindo os simpatizantes do Mpd) e interna, que dão preferência ao AL de forma inequívoca terem sidos ignorados e desprezados, para além de se revelar um acto de “nepotismo e ditadura Institucional” - que está a transformar num acto recorrente dos que se auto intitulam democratas; mas que o são em part-time ou por convivência- pode-se tirar as seguites alusões:

- O CN e o JMN não aprenderam com os erros do adversário na avaliação da evolução do sistema politico nacional, não repararam que o paradigma mudou, e que já não conseguem enganar o povo e impor os seus gostos e desejos ao seu-bel- prazer , na escolha do condutor do destino do País. Tudo isso porque basearam na antiga questão, de que basta o partido eleito apoiar o seu cadidato para ser eleito. Até agora assim sucedeu. Mas, o mesmo revela que eles ainda ao perceberam que o país não é estático, que o povo evoluiu e que as regras do jogo mudaram - O Mpd e o Carlos Veiga pode e devia ter tido em conta como exemplo.

- Levaram em conta todas as questões acima referidas, as sondages, mesmo assim resolveram seguir o caminho oposto na escolha o candidato, isto é, apenas seguiram ordem de alguem .Caso seja isso, revela que não há democracia de escolha internamete, e que andam a misturar questões pessoais com a questão nacional, e isso é grave.

Por: Samilo Moreira (http://aristideslimapresidente.blogs.sapo.cv/)


3-20 Mar 11

Caras Amigas! Queridos Amigos!

Muito obrigado pela vossa energia positiva e pelo vosso espírito democrático e de cidadania. Democracia é antes de mais vontade popular livremente expressa. Uma amiga minha mandou-me uma mensagem muito bonita que diz o seguinte» Vamos dar vida a esta democracia !». Ora, com o vosso apoio estão a dar vida à democracia cabo-verdiana, que não pode ser alienada do seu lugar: do povo.

Abraço amigo a todos, cujas mensagens não pude responder de Santo Antão a Brava, de Luanda a Boston. De Lisboa a Nápoles.

Vosso

Aristides

http://aristideslimapresidente.blogs.sapo.cv/

dorivalsomar@yahoo.com.br

4-Neves pressiona Aristides para não se candidatar 28 Março 2011

O presidente do PAICV, José Maria Neves, foi encontrar-se na manhã de quinta-feira com Aristides Lima, na Assembleia Nacional, para o convencer a não se candidatar às presidenciais deste ano. José Maria Neves terá, na hora de levar a água ao seu moinho, feito apelo à fibra de militante de todas as horas que é Aristides. Falando em “governabilidade e estabilidade política” do país acha que Aristides não deve levar avante o seu “eventual propósito” de candidatar-se como independente à PR, porque tal gesto pode dividir o partido no poder e dar vitória à oposição. Aristides Lima não se descoseu. Limitou-se a ouvir as propostas e as razões de José Maria Neves. No fim, fez-lhe saber que está envolvido num intenso processo de sufrágio da sua candidatura junto da sociedade civil cabo-verdiana.

Eram por volta das 11 horas quando José Maria Neves chegou ao Palácio da Assembleia Nacional e se dirigiu ao gabinete do líder parlamentar do PAICV.E lá aconteceu, meio disfarçado,um encontro à porta fechada entre o presidente do PAICV e o ainda militante e deputado eleito pelas listas desse partido, Aristides Lima. Claro que José Manuel Andrade (o actual líder parlamentar) não esteve presente. A iniciativa terá partido de José Maria Neves, que quer a ajuda de Aristides Lima para apaziguar as águas internas, meio revoltas desde o CN de 12 de Março, que escolheu Manuel Inocêncio Sousa como o candidato do PAICV às presidenciais deste Verão.

Neves, que na altura não aceitava, pelo menos publicamente, que a escolha de Manuel Inocêncio pudesse causar fissuras no partido, rende-se agora às evidências e foi tentar um acordo com Aristides Lima, em pleno processo de avaliação de uma candidatura sem apoio partidário.

Neste sentido, José Maria Neves terá apelado à conhecida diplomacia de Aristides Lima, e à sua fidelidade partidária, para não se candidatar. Em cima da mesa terão estado argumentos como a necessidade de estabilidade política e a margem de manobra para uma boa governação.

Mas tudo leva a crer que, mesmo após essa reunião, Aristides está disposto a avançar nesse sentido, até porque “a pressão é muita”, reconheceu há dias num outro registo com A Semana. Ademais, Aristides, que ainda não desfez o tabu sobre a sua candidatura, está à espera dos resultados de uma sondagem – que encomendou e que deve estar pronta na próxima terça-feira – para tomar uma posição definitiva.

Até lá, o seu comité de candidatura, que se mantém mobilizado e em consultas permanentes a membros proeminentes da sociedade civil, diz que as pressões para que Aristides Lima se postule como candidato à Presidência da República chega de todos os quadrantes políticos – gente do PAICV e da JPAI mas também da própria oposição ou que não se revê nos dois candidatos em presença, Manuel Inocêncio Sousa (PAICV) e Jorge Carlos Fonseca (MpD).

Nos Estados Unidos corre uma subscrição para recolha de fundos, em que constam os principais activistas do PAICV na América. As campanhas no facebook e os telefonemas que chegam de vários pontos do território nacional também dão conta de um expressivo apoio da sociedade civil que, a crer nas certezas dos apoiantes de Lima, está disposta e decidida a enfrentar o teste de eleger um candidato presidencial sem o apoio tradicional dos partidos do arco do poder – MpD e PAICV. A acontecer, seria uma revolução.

Isso, apesar de Aristides Lima garantir que vai refreando o entusiasmo fácil e procurando bases sólidas, antes de entrar nesse caminho sem volta, que tanto o pode levar ao sucesso como também ao fim de uma carreira política feita até aqui com muito pragmatismo (afinal ele integrou a lista das Legislativas e elegeu-se deputado, mesmo sabendo que a sua meta era o Palácio da Presidência da Republica).

Só fica por saber se esta pressão de José Maria Neves levou alguma promessa na manga, para um futuro cargo, ou se ficou pelo apelo ao bom senso de Aristides Lima.

http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article62635&ak=1